Por Pompílio Neto
Sempre fui um garoto alheio ao
mundo da política, como a maioria dos jovens achava que era um mundo de ladrões
e que a maioria dos que estavam ali só
queriam lucrar e nada mais, com o tempo e com o ensino médio mudei de ideia:
deixei de ser alheio.
Sempre gostei das cachorradas e do modo como são
feitas as campanhas eleitorais na nossa região, cidades com 30, 15 , 10 mil ou
menos habitantes, onde todo mundo sabe da vida, das viadagens e dos chifres de
todo mundo, ah!, e também em quem cada um vota e o menos agradável, o porque.
As passeatas, os comícios (ainda alcancei o tempo nostálgico dos showmícios com
bandas e bebida de graça, êh como me lembro dos comícios de Dadá deputado e as
batidinhas de cajarana em toneis de 200 L, na via costeira ainda sem asfalto
que gerava adoráveis esbrugamentos de dedos com o calçamento
desnivelado...enfim destá.), as ala moças vestidas de verde, azul, amarelo de
acordo com o partido (shortinhos curtos, ôh tentação. Ali sim era um paraíso
pro jovem adolescente, hoje em dia a porra do xvideo.com nem chega aos pés.) as
charangas movidas a cana,
tocando vassourinha cobrindo as chamadas do locutor, e as músicas da campanha,
(essa parte sinceramente até hoje não entendi a finalidade rsrsrsr) as
carreatas com mais de 300 carros (toda
vida era a mesma quantidade, parece que quem contava era pago pra
nivelar a disputa), os discursos enfáticos, adesivos fartos pra meninada se apregar
toda, um monte de gente feia, suvaqueira da porra, sol quente desgraçado, um
palanque apertado, e um infinito comício com discurso ilimitados (que eu me
lebre a justiça não determinava horários) sem hora pra acabar, com verdades e
mais um pouco de ladainhas que até hoje fazem parte das campanhas dessas cidadezinhas.
Pois bem, passou-se o tempo fui
amadurecendo e não sei porque diabos mudei de ideia quanto a política disse
isso lá no início; [como a maioria dos
jovens achava que era um mundo de ladrões e que a maioria dos que estavam ali só queriam lucrar e nada
mais, com o tempo e com o ensino médio mudei de ideia: deixei de ser alheio.]
Ok, então chegou-se 2011 comecei
a me desgostar com o governo municipal, uma ou outra coisa, um maltrato de
alguém da prefeitura. Em especial postura inadequada da equipe de comunicação
que desrespeitou os blogueiros à época eu era um deles e me chatiei, resolvi
então não continuar esse governo que eu tinha votado em 2008. Chegada a época
da campanha fui convidado a contribuir para a campanha de um outro candidato,
foi umas das maiores experiência que já tive, aprendi muito, vi a camapnha
eleitoral por dentro, como funciona, e o que mais me surpreendeu, soube de
coisa de outras coligações, assim como as outras sabiam da nossa, enquanto o
público fica pensando que cada um cuida da sua e pronto, vá nessa!, a safadagem é grande na eleição,
ouvi dizer de boatos sobre ameaças de corte de bolsa família, a tirar linha de
motorista tal, “se lembra daquela vez que te paguei uma feira?”...vish!, toda
coligação faz, é tudo do mesmo saco, laia, e cambada. Faz parte. Claro, quem é
situação, independente de quem seja, faz mais...bem mais, afiná tá nos pudê. É nossa cultura e sinceramente se eu
fosse (graças a Deus nem quando tou bêbado tenho vontade) um político faria do
mesmo jeito.
Então. Passou-se a eleição o prefeito
se reelegeu e de lapada, foi a maior vitória da história do município, 1600 e
alguma coisa de vantagem, fora os votos anulados pelo monte de analfabetos que
apertaram 34 na urna eletrônica e até hoje diz que digitaram 15 e a foto do
candidato não apareceu (detalhe as opções de votos registradas eram 15, 22 e
40), foi uma festa só, fazimento de pouco, foguetões foram tantos que até Obama
espionou pensando que o Brasil tava acolhoiado
com o Irã.
Pois bem, de melhor prefeito de
todos os tempos dos seres humanos, o candidato derrotado passou a ser o pior. E
o atual e reeleito, o melhor “melhor do mundo”
de toda a história do “Pânico” (piada sem graça e direcionada a um grupo
específico de pessoas que assim como eu assistem um programa idiota que passa
na Band), beleza!, feita a festa, parece que todos quase um ano depois (já é
tempo) começam a cobrar a conta, especialmente os mais esclarecidos (5 minutos pra eu rir um pouco pessoal kkkk),
“tá ligado né prefeito?, a gente votou e sabe né?, emprego”! (mais 5 minutos
pra eu rir mais um pouco kkkk), gente é lógico que prefeito nenhum vai cumprir
promessa de dar emprego a quem votou nele, até porque é inviável, as
prefeituras andam a beira da falência mendigando um FPM, PDF sei lá o que, que o
governo federal as repassa. É muita inocência ainda ter gente que decide votar
em alguém usando esse critério... pow! se queria se vender tivesse se vendido
direitinho, é antes da eleição que se pega meu
fi dos outros, ninguém nunca lhe ensinou???
Digo isso porque fico incrédulo
com a engraçadês de alguns que
votaram no atual prefeito, que contribuíram com a maior vantagem da história do
município e de repente, sem motivo nenhum, se rebelam, partem pra tudo que é
Facebook©, Twitter©, blogs e calçadas da cidade falar mal do dito cujo, dizendo
que ele é ruim, que a saúde é péssima, que a limpeza da cidade é ineficiente,
que a assistência social é antissocial (peraê, eu sou antissocial, não vou a
festas na via costeira, só pra informar hehe), na boa! Vai querer enganar
quem??? Se tudo tá tão ruim assim, e olha que nem eu que votei contra, fiz
campanha pra outro candidato e tal não vejo essa catástrofe toda (tá ruim, mas
também né esse “São Paulo FC” todo né?) muitos serviços funcionam bem, por
exemplo eu gosto das lixeira ecológicas com recipientes para vidro, plástico,
papel, e metal. É coleta ecológica. \o/, tá tá!, depois de recolhido é jogado
tudo junto, mas pelo menos a gente tem e ilusão de que estamos fazendo certo né?
(eu prefiro assim, como comunicador posso me
amostrar mostrando as fotos das lixeira e dizer que na minha cidade tem
coleta seletiva, ninguém sabe pra onde vai e todo mundo acredita, dá Ibope©.)
Falo sério sobre isso. Eu gosto mesmo das lixeirinhas. Mas e só agora ficou tão
ruim como dizem que está??? Quer dizer que até ano passado tava ótimo e agora
arruinou?.
Sabe o que é isso? Emprego não
dado. É isso. E ao contrário de alguns oposicionistas eu sou contra esse tipo
de gente, não repercuto, não alimento nem dou bola nenhuma pra esse tipo de protesto, sabe por que? Daqui a
três anos é só o prefeito dar uma coisinha e essas pessoas estarão lá: “Votar
no 15 eu, votar no 15 ela... libera, libera, linbééééra!”, são discursos sem
credibilidade, de quem possivelmente “se venderam” ao um governo que elas
mesmas o intitulam como um mal governo, e o pior querem se colocar como
indiferentes, sem responsabilidades para com ele. Ora, se o governo tá ruim o
responsável é você que votou, não é o prefeito. Ele é seu empregado foi você
quem o contratou.
Para terminar, essa matéria (isso
é uma matéria?) surgiu quando encontrei na internet uma música de campanha
dessas que rolam muito em cidades como a nossa. Eis a letra e o link para quem
quiser ouvir.
Quem mandou votar
homem?, o seu voto foi comprado!
Gastou em um dia, por
quatro anos sufocados! 2x
Não venda o seu voto, não faça essa besteira
Não ajude o enrolado
Politico que compra
voto não tem crédito na cidade
e nenhum serviço
prestado
Se ele paga pra ganhar
o retorno vem em roubo
e você não parou para
pensar
Quatro anos enrolando
e ele com seu bando
E a cidade a desejar
Quem mandou votar no
homem... 3x
Não venda o seu voto,
não faça essa besteira... 2x
OBS: a música serviu como inspiração para o
texto, o contexto geral dela não se aplica a obrigatoriamente questão eleitoral
de Campo Grande, não estou insinuando nem afirmando que houve compra de voto.
Ah, e antes que
venham frescar comigo e me
chamarem de fraco e que estou adulando o prefeito tentando algo. Deixo a frase
de Betinho logo após o resultado das eleições 2012 para nós da equipe na sua
casa numa reunião. “o povo quis Bibi, ele é nosso prefeito, vamos torcer para
que ele faça o melhor para nossa cidade”. Estou torcendo afinal votando nele ou
não, ele é meu prefeito. Ser democrático não é só aceitar os resultados da
maioria, é participar deles, no mínimo não atrapalhar. Durante toda a campanha
postei diversas vezes um status no
Facebook©, que dizia assim “Não voto por um emprego, voto por um futuro” acho
que tá na hora de mais gente pensar assim.